Setor de alimentação fora do lar retoma margem e mira segundo semestre com contratações
Pesquisa da Abrasel revela que quase 50% dos estabelecimentos já trabalham com lucro.
Com o movimento voltando após o fim das restrições e boas notícias no campo econômico no país, os bares e restaurantes aos poucos vão recuperando as margens e conseguindo respirar. É o que aponta nova pesquisa da Abrasel em todo o território nacional, que ouviu 1670 empresários entre os dias 24 e 31 de agosto.
Quase metade (45%) disse já ter fechado o mês de julho com lucro, número bem acima do apurado na pesquisa anterior, que mediu os resultados de junho: 37%. O número de estabelecimentos trabalhando com prejuízo também caiu, de 26% para 19% (menor patamar desde o começo da pandemia).
“Estamos retomando as margens aos poucos, graças a alguns fatores positivos, como a queda dos índices de inflação e a injeção de dinheiro na economia através de programas sociais. A volta do movimento, com o fim das restrições, aponta para um segundo semestre bom para a maioria”, diz o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.
“Devemos ter a confirmação da nossa previsão de gerar mais 100 mil novas vagas até o fim do ano. Mas não podemos descuidar daqueles que ainda não conseguiram colocar o negócio nos trilhos”, prevê.
O otimismo no setor se reflete na intenção de contratar: 38% dizem que irão admitir novos colaboradores até o fim do ano, contra 36% do mês anterior. Outros 54% esperam manter o quadro atual de funcionários, e apenas 7% dizem que podem demitir. No horizonte, a chegada do verão e a Copa do Mundo também contribuem para as projeções de melhora.
“Outro movimento interessante é a renegociação que muitos estão fazendo das dívidas com o Simples Nacional, por meio dos programas de reescalonamento. A pesquisa mostra que a inadimplência caiu para 36%, contra os 42% de junho”, ressalta Solmucci.
“E quase metade dos bares e restaurantes que estão no Simples dizem já ter aderido ao Relp, o principal programa. Se conseguirmos também permitir a possibilidade de inclusão ao Perse de um número maior de estabelecimentos, será possível melhorar ainda mais este quadro”, completa.
Na questão do crédito também houve pequena melhora na pesquisa. Embora o número de empresas com empréstimos bancários tenha ficado estável, caiu o número das que se encontram inadimplentes com empréstimos regulares (de 27% para 23%). A inadimplência em relação ao Pronampe se manteve no mesmo patamar, em 15%.