Restaurantes brasileiros terminam o ano com mais empregos e operações, mas com dívidas
Para Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, o país exigiu uma conta alta demais do setor e não deu a ajuda que era realmente necessária
Quem vê a pandemia do coronavírus aparentemente controlada, nem imagina a montanha russa que foi o ano de 2021. Os restaurantes brasileiros que o digam, ainda sentindo os impactos que a doença trouxe ao mundo.
Só de perdas foram 335 mil empresas das mais de um milhão registradas. Entre as que continuam de portas abertas, um terço opera no vermelho e mais da metade ainda tem dívidas que comprometem parte do caixa.
Se não bastasse isso, uma parcela considerável já não consegue mais pagar as parcelas do Pronampe, o programa do Governo Federal que concedeu empréstimos a juros menores durante a crise.
A alta da taxa Selic pelo Banco Central vem afetando diretamente estes empresários.
Para Paulo Solmucci, presidente nacional da Abrasel, o país exigiu uma conta alta demais do setor e não deu a ajuda que era realmente necessária.
“Em 100 países pelo mundo, foram concedidos recursos a fundo perdido para o setor, menos no Brasil. Enquanto que lá fora a ajuda veio sem pedir, aqui estamos tendo que recorrer à justiça”, conta.
Em entrevista exclusiva ao podcast Mercado Gastronômico, do Bom Gourmet Negócios, Paulo Solmucci conta também que, apesar do cenário ainda de muitas dificuldades, há outros pontos a se comemorar.
De acordo com ele, o ano vai terminando com o faturamento já igual ou maior do que no período pré-pandemia para parte dos restaurantes. E também com a geração de 600 mil postos de trabalho, 520 mil novas empresas e crescimento real de 3%.
Fonte: Gazeta do Povo